ShowMeTheData: Muitos dados e pouco processo

AUTOR: Roberto Matos

4 min. de leitura

ShowMeTheData: Muitos dados e pouco processo

Autor: Roberto Matos

4 min. de leitura

No dia 22 (quarta) foi realizada na Distrito Fintech a primeira edição do Show Me The Data, evento de marketing digital que une nomes que estão de fato transformando o ecossistema de dados.

Abaixo compilo os principais destaques que nossos palestrantes discutiram ao longo das quase 4 horas de conteúdo.

Segundo uma pesquisa recente realizada pela Gartner,  estima-se que 90% dos dados disponíveis hoje foram criados nos últimos dois anos. Hoje, deixamos traços por toda parte e criamos um conjunto de dados imenso e complexo que abriga informações muito importantes para os negócios, se soubermos lidar com eles.

Show Me The Data abordou exatamente este tema: como podemos usar os dados para alavancar negócios e refletir a respeito do consumidor?

Muito se fala de dados e, com uma rápida pesquisa no Google, podemos ver uma incessante busca por como fazer para gerar insights e resultados a partir de informações concedidas pelo consumidor.

O fato é que as empresas estão muito longe de metodologias eficazes. E isso muitas vezes é culpa do medo de mudança. Muitos “dinossauros” dizem estar em busca de inovação, mas não querem alterar processos que há tempos estão obsoletos.

Logo, do que adianta tantos dados e formas de usá-los se a empresa e os gestores se recusam a sair dos moldes impostos há 20 anos atrás? Ao repetir o mesmo processo, sempre teremos o mesmo resultado.

 E, com mudanças cada vez mais rápidas e novas tendências tecnológicas, há como ter uma vantagem se livrando deste pensamento conservador e testando as metodologias de quem está fazendo a diferença.

O que abordamos neste evento de marketing digital e comentarei a seguir, se implantado corretamente, é capaz de mudar a sua forma de lidar com os dados e aumentar a agilidade dos seus processos. Mas é só para quem quer fazer a diferença, para quem cansou da zona de conforto.

Agile Marketing  – Build, Measure and Learn

Conceito apresentado no evento pelo Felipe Collins, Sócio da ACE Headquarters, especialista em marketing digital, Professor de Comportamento Empreendedor, Métodos Ágeis, Gestão, Criação de Startups e Agile Marketing na ESPM.

O Agile Marketing é uma metodologia em que o gerenciamento ágil de uma equipe e projetos aumenta a produtividade.

Ao gerenciar times de marketing, é necessário liderar equipes com responsabilidade e habilidades diferentes e, muitas vezes, opostas. Para aumentar a produtividade e performance sem perder os prazos o marketing ágil pretende resolver este problema. Suas principais premissas são:

  • Projetos mais curtos e ciclos rápidos de aprendizado;
  • Equipes multi-disciplinares e autogerenciadas;
  • Objetivos claros = marketing bem-feito;
  • Mentalidade “Amadora”;
  • Digital no Centro da Equação;
  • Mão na Massa;
  • Interação com o Cliente;
  • Disciplina e Adaptabilidade.

Um time ágil se baseia na diversidade – profissionais com backgrounds e modos de pensar diferentes exercendo os mais diversos papéis e se autogerenciando.

Para isso é preciso de muita disciplina e de capacidade de se adaptar às situações do dia-a-dia em meio a esta velocidade e aos imprevistos que inevitavelmente ocorrerão. Basta aplicar as premissas aos poucos, incluindo-a na rotina e nos processos da empresa ou do seu projeto.

Data Driven Marketing

Apresentado por Eduardo Prange, CEO da Zeeng e especialista no assunto, podemos notar que há uma imensa quantidade de informações sendo geradas a todo momento e uma incapacidade dos profissionais em administrá-las.

Data Driven Marketing (ou marketing orientado por dados) são ideias para ações de marketing baseadas na análise de dados coletados. Por meio dele, é possível ter uma visão ampla do seu negócio ou mercado, além de notar e reconhecer melhor o público-alvo e, assim, planejar e medir estratégia e resultados de suas campanhas, diminuir seus investimentos em mídias e identificar ações que fazem sentido no melhor momento para seu negócio.

O essencial é usar os dados para entender as dores e intenções do seu público, conhecer e comparar seu ambiente competitivo e sustentar suas ideias afim de melhorar os resultados do seu negócio.  

Blueblocks

Apresentado pelo Vinicius Cezar, CEO da Privally e especialista em criptografia e defensor do direito à privacidade online. Da mesma forma que a proteção de dados pessoais é importante para o usuário, deve ser importante para as empresas.

O blueblock surge para ajudar as mais diversas áreas da empresa que tratam do uso de dados de usuários da rede, como TI, RH, Marketing e Vendas, por exemplo, possam falar a mesma língua e para que a preocupação com a proteção de dados seja um risco tratado com a relevância que precisa.

Este conceito de blueblocks facilita a visualização do nível de risco de uma informação por meio de blocos com diferentes cores: vermelho, azul e roxo.

E, por meio deste, é possível orientar o tratamento correto de cada um desses blocos, Para entender melhor, imagine que cada conjunto de dados sobre um individuo seja um “block”. Se esses dados forem legitimamente processados e protegidos, ele é um BlueBlock, se ele for legitimo e não protegido ele é considerado um PurpleBlock. Por fim, se ele não for legitimo nem protegido, é um RedBlock.

Dashboards X Relatórios

Conceitualizado pelo Roberto Matos, CEO da Keep.i. Informações que estão disponíveis para todos e são obtidas com facilidade, porém, se faz necessário uma capacidade de tratar, analisar e contextualizar estes dados, e não apenas tê-los em mãos.

Em uma cultura repleta de uma imensa quantidade de dados, é preciso ser capaz de selecionar, contextualizar e desenvolver estratégias a partir das informações e saber o método mais eficaz e prático para o seu negócio otimiza todo o processo.

Dashboard é um painel que apresenta todas as informações em uma única tela, o que torna a leitura e compreensão mais organizada, ainda mais se forem de diversas fontes.

relatório é um documento com resultados de um determinado período ou situação, com informações que não podem ser alteradas ou complementadas a qualquer momento.

Mas, o mais importante não é o modelo e sim a velocidade alcançada com o escolhido.

É preciso ter os dados o mais rápido possível para que as estratégias, acoes e decisões tomadas a partir destas informações sejam efetivas, pois os dados estão se tornando, cada vez mais rápido, velhos.

Conclusão

Este foi o primeiro Show Me The Data, e o sucesso foi tanto que já estamos planejando o próximo evento de marketing digital.

Foram essenciais as discussões sobre a lei de proteção de dados, metodologias que melhoram a produtividade e a velocidade e a forma com que usamos dados hoje, repensando coisas que podem estar obsoletas, desde relatórios até processos inteiros.

Meu último destaque fica para o painel apresentado por Felipe Spina, CEO da Distrito. O público e os palestrantes debateram sobre como implementar tais metodologias no dia-a-dia de suas empresas e discutiram processos e o uso de dados atualmente e como aprimorar para o futuro.

Foi realmente um evento muito além do que costumamos ver.